Participa no nosso grupo no Facebook - aqui!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ninguém põe ordem nisto?!



BPN (Banco Português Nacionalizado)

O mundo capitalista e neoliberal torna este planeta cada vez mais poluído e mais difícil de se respirar. O lixo tóxico e não reciclável por si produzido tem vindo ao de cima pondo a nu as enormes lixeiras criadas por este sistema financeiro, demonstrando ser, tal sistema, muito mau para a saúde de todos os animais deste planeta, sejam eles racionais ou irracionais, e levando os seres “racionais”, mais uma vez a pagar por um mal, cuja culpa é de todos, mas cujos lucros ficaram só para alguns. Ora isto levou os restantes à mesma miséria de vida!

Vejamos então; com a polémica que foi lançada para a comunicação social no dia dois, (por ironia dia do fiéis defunto no calendário cristão), levando o governo a nacionalizar as dívidas de um grupo financeiro, mas, pasme-se, não está incluída nesta nacionalização o principal activo deste grupo – a Seguradora Real – ou seja, os contribuintes pagam as dívidas pelo financiamento estatal, mas não beneficiam dos lucros da seguradora deste grupo. Se este anúncio tivesse sido feito na noite de 31 para 01 diria ser uma partida do dia das bruxas… pena que não tenhamos esta sorte!

Para cúmulo (da pouca vergonha) verificamos, no dia seguinte, que o estado é devedor de várias empresas e que não pagou atempadamente porque não tinha verbas. No entanto, disponibiliza uma verba de 4 mil milhões de Euros para investimento nos bancos, e, de imediato, ficamos a saber que este dinheiro será muito bem empregue: os bancos já estão a fazer fila para se comprarem uns aos outros. Resta dizer que se esqueceram do mais básico e elementar respeito devido ao povinho contribuinte, uma vez que é à custa de anos de contribuições que vão enriquecer os seus bolsos. Note-se os seus, dos bancos, e não dos contribuintes porque, até agora, jamais foi referida qualquer contrapartida a favor do Estado referente a lucros que estes bancos venham a obter com os negócios realizados com o NOSSO financiamento.

Se um cidadão contribuinte comum, por azar da vida e por dificuldade, muita das vezes provocadas por este sistema financeiro, não consegue pagar impostos, o Estado não tem piedade, penhorando-lhe os poucos bens que possa ter, muitas vezes à custa da sua própria sobrevivência. No entanto, quando estes senhores praticam, de forma deliberada actos lesivos, e mesmo ilícitos, contra o interesse de todos, em vez de serem punidos, são apoiados financeiramente, assim continuando a “engordar” os seus bolsos. Pergunta-se então para que, ou para quem se contribui, e ainda com que autoridade moral impõe o Estado graves penalizações aos contribuintes que não agiram de forma conscientemente lesiva.

Por isto tudo acima exposto, a culpa é nossa porque deixamos que isto chegasse a este ponto!


Alberto Fernandes in Povo de Guimarães, 03-11-2008.