Participa no nosso grupo no Facebook - aqui!

sábado, 16 de maio de 2009

Maria nasceu, Maria cresceu…

Maria nasceu, Maria cresceu… Cresceu, brincou e sorriu, em ruas de terra da sua aldeia.
Já mais crescida, muda-se-lhe a vida. Não estudou mas aprendeu que, a vida na aldeia é só mourejar.
Peito p’ra fora, barriga p’ra dentro e alguém reparou.

Um raio de esperança e um sorriso de sonho, Maria casou…casou, pariu e como é destino p’ró macho latino, muito repetiu.
A aldeia acolhia, cheia de bondade mais o Sr. Abade, a prole de Maria.

A mesma aldeia mais o Sr. Abade que perdoava a estroinice do Manel.
Quando chegava a casa, depois sueca e cheio de verdasco, Manel batia, batia e rebatia e a aldeia dizia, cheia de bondade mais o Sr. Abade: aguenta Maria.

Alguém lhe falou um dia que, lá pela cidade, tinha aparecido uma tal de liberdade que, se bem utilizada, acabava com a maldade.
E Maria, peito p’ra baixo e barriga p’ra fora, voltou a sonhar.
Sonhou, esperou e, timidamente, até sorriu.

Quem espera desespera e Maria desesperou.

Numa manhã de Abril, perante toda a aldeia e mais o Sr. Abade, enfrentou o seu Manel e mais a corja que o pariu e deitou cá para fora o grito que há muito germinava:

NÃO HEI-DE MORRER SEM SABER, QUAL A COR DA LIBERDADE.

25 de Abril sempre, obrigado.

Joaquim Teixeira




1 comentário:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.