O Bloco de Esquerda considera que o aumento do desemprego, que atinge hoje
a taxa mais alta de sempre, é resultado directo das políticas da troika e
da estratégia de facilitar o desemprego que se têm sido levadas a cabo por
este governo PSD/CDS, com a conivência do PS.
A política de Passos Coelho é a de criar desemprego, já no início de Maio o
primeiro-ministro afirmava, de forma absolutamente displicente e despreocupada,
que a taxa de desemprego ia aumentar em 2012, está apostado nisso até já
criou um slogan: “o desemprego é uma oportunidade”.
Numa altura em que Portugal atinge o pico da taxa de desemprego, tal
atitude de um primeiro-ministro é inadmissível.
Ter o desplante de afirmar que o desemprego deve ser encarado como
oportunidade, quando é uma situação alarmante que afecta famílias inteiras, e
de salientar sobretudo aqueles que já não tem idade de voltar a entrar no
mercado de trabalho - como no caso do Vale do Ave onde o tecido
industrial foi abandonado, e os trabalhadores dessas empresas
não vêem qualquer possibilidade de emprego, seja pela idade, ou pela
simples falta de oferta - isto mostra bem que o governo lida com uma
ligeireza incompreensível com esta situação e que não vê nisto um
problema.
O Bloco de Esquerda entende que a proporção que o desemprego assume hoje é
um dos problemas mais importantes do país e reafirma que é preciso recuperar o
investimento para que se possa criar emprego, o que não é possível quando se
aceita impassivelmente o saque da troika à nossa economia.
Trata-se de uma situação insustentável: um milhão de pessoas no desemprego,
significa uma perda de milhões quer em produção quer em contribuições para a
segurança social.
Para recuperar a economia não se pode facilitar os despedimentos, é
necessário inverter este ciclo e rejeitar de forma irredutível as políticas de
austeridade que não fazem mais que afundar o país, e nele a vida de milhares de
pessoas.
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