Logo nos primeiros minutos e por todo o país, foguetório à farta. Houve quem gastasse 150.000€ POR MINUTO! Depois vieram as passas, os espumantes e os vivas ao novo ano que, de tão regado e iluminado, só podia ser de vacas gordas.
Passados os dias de frenesim, diluem-se os cheiros da quadra, as lâmpadas deixam de piscar e, finalmente, deixamos de ver aquele pai-natal, estupidamente pendurado na varanda do vizinho e o país começa a gelar, realística e metaforicamente.
Arrefecem os ânimos ao verificar que, apesar do 14º mês, a conta continua no vermelho e que se gastou demais em futilidades.
As temperaturas (reais), acompanhadas do primeiro grande nevão do século, descem para limites insuportáveis, obrigando uma subida drástica no consumo de gás e electricidade.
Finalmente chega o dia, ansiosamente aguardado, em que os pensionistas conferem os “aumentos” das suas reformas. Aí sim, o frio dos números, congela-lhes a própria alma. As reformas, abaixo dos 600€, foram aumentadas entre 5 e 15€ o que dá entre 16 e 50 cêntimos diários. Há, por esse país fora, quem tenha tido aumentos superiores a muitas reformas.
A indignação, perante a miséria em cima de miséria, é tanta que nem os “almoços de reis” conseguem travar.
No meio de toda esta frieza, há sempre alguém que se preocupe e tente, através de propostas legislativas, colmatar os efeitos da desgraça que se abate sobre os mais desfavorecidos, particularmente nos vales Cávado e Ave.
Foi neste sentido que o Bloco de Esquerda apresentou um programa extraordinário, na Assembleia da República mas que (oh miséria…) foi chumbado, inclusive pelos deputados desta região, os mesmos que daqui a alguns meses, andarão por aqui de feira em feira a beijocar as vítimas da sua hipocrisia, prometendo mundos e fundos nos quais nem eles acreditam.
Está na hora de dar um abanão nesta paz podre e mostrar a quem de direito, a indignação pelos HUMILHADOS e OFENDIDOS deste país.
2009 pode ser um ano de grandes transformações em Portugal e a favor de quem mais sofre com as políticas de direita, levadas à prática pelos governos das últimas décadas.
Está nas mãos do povo, lutar por aquilo a que tem direito, sem populismos nem demagogia porque ela, a miséria, existe mesmo.
Joaquim Teixeira in Povo de Guimarães
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