“É fundamental que o Ministério da Saúde não se esqueça que, para além do Hospital de Braga, há outros hospitais no Distrito que são determinantes e não podem ficar esquecidos, como são os casos dos Hospitais de Guimarães e de Fafe”, afirmou Pedro Soares, no final de um encontro com o conselho de administração do Centro Hospitalar do Alto Ave.
O deputado do Bloco confirmou a existência de carências de recursos humanos, sobretudo de médicos para assegurar a urgência, o que obriga o hospital a recorrer à sua contratação em regime de prestação de serviço, “que fica muito mais caro”, como reconheceram os responsáveis, por não haver médicos que queiram suprir as vagas disponíveis no quadro.
O deputado do BE considera que esta situação deve ser encarada com preocupação pelo Ministério e em particular pela ARS Norte “que deveria equacionar a possibilidade de contratação de médicos estrangeiros, como já aconteceu com outros hospitais do País”. Pedro Soares considera igualmente fundamental que as obras de ampliação da urgência de Guimarães avancem rapidamente, de forma a garantir condições de atendimento que hoje não existem.
Relativamente ao Hospital de Fafe, que tanta polémica tem dado devido à perda de especialidades na urgência o deputado afirmou que a administração “nos deu garantias de que a consulta externa vai ser reforçada com novas especialidades e com cirurgia de ambulatório”, embora compreenda o descontentamento da população pela perda de algumas valências da urgência.
Pedro Soares desconfia de motivações “meramente economicistas”, que terão estado na origem da decisão de manter apenas uma urgência básica, mas garantiu que “continuaremos atentos às promessas de reforço das especialidades na consulta externa, pois não aceitamos que o Hospital de Fafe seja menorizado nem esvaziado, como receiam as populações”.
Quanto ao atraso no arranque da construção do novo hospital de Fafe, o deputado foi informado que o concurso para o projecto está em vias de ser desbloqueado no Tribunal de Contas, não acreditando que o prazo de 2012, anunciado pelo Ministério da Saúde possa ser cumprido.
O deputado do Bloco de Esquerda garantiu também que irá questionar o Ministério da Saúde sobre a exiguidade orçamental com que o Centro Hospitalar do Alto Ave se debate, pois o conselho de administração admitiu que há valências que não são contempladas em termos orçamentais, como é o caso do acompanhamento de doentes portadores de doenças infecto-contagiosas, ou de algumas especialidades de cardiologia, cujo tratamento é muito elevado. Esta exiguidade orçamental fez com que o ano passado o Centro Hospitalar do Alto Ave apresentasse um saldo negativo de 12 milhões de euros.
Pedro Soares deixou ainda um aviso ao Ministério da Saúde: “não permitiremos que os problemas que afectam o Hospital de Braga façam esquecer as outras unidades hospitalares do Distrito de Braga e que as regras do PEC condicionem os investimentos já prometidos, quer para Fafe quer para Barcelos”.
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