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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Pelo Sahara até ao fim

Frederico Pinheiro - A conivência de Portugal com o regime marroquino deve envergonhar todos os portugueses.

Aminetu Haidar, uma das principais vozes da defesa dos direitos humanos, esteve em Portugal esta semana. O Governo português recusou receber a sua visita, numa atitude que deve envergonhar todos os portugueses. Só os déspotas se dão bem com os regimes autoritários e este é o caso do Executivo português.

A luta do povo saharauí encontrou na voz de Aminetu Haidar a sua força. A incansável activista pela defesa dos direitos humanos visitou Portugal durante três dias, tendo-se encontrado com várias forças políticas e sociais. Recebeu a medalha da Universidade de Coimbra e deu uma palestra na Universidade de Lisboa.

Contudo, a sua visita ficará para sempre manchada pela atitude desumana do Governo português. Apesar das inúmeras tentativas, Aminetu Haidar nunca recebeu resposta ao convites enviados ao Executivo português.

O silêncio do Governo foi total durante a visita de Aminetu. Nem uma única palavra. Só os déspotas se dão bem com os regimes autoritários como o de Marrocos e este é o caso do Executivo português.

Aminetu Haidar, juntamente com os representantes da Frente Polisário, correm o mundo de modo a despertarem a consciência de todos para os sucessivos massacres de que têm sido alvo. José Sócrates estende a mão a Hu Jintao, o tiranete chinês.

Aminetu Haidar está disposta a abdicar da sua vida para lutar pela causa justa do seu povo. O Governo português luta pelos lugares na banca e nas grandes empresas.

Aminetu Haidar recebe a gratidão de um povo, de uma nação e de todos os defensores da justiça e dos direitos humanos. Será eterna. Os governantes portugueses serão esquecidos. O povo apenas se lembrará deles como cancro que são.

A conivência de Portugal com o regime marroquino deve envergonhar todos os portugueses. Vivemos num país que não se coíbe de apoiar o massacre de um povo em troca do comércio internacional e do encerramento das fronteiras.

Porque se orgulha tanto Luís Amado e José Sócrates de terem garantido um lugar no conselho de segurança da ONU? Estaremos lá para quê, se a luta do povo saharauí é das mais prementes da sociedade contemporânea?

Tive o privilégio de conversar pessoalmente com a Aminetu Haidar. Durante todo o tempo nunca se esqueceu do papel que os portugueses tiveram na libertação de Timor e apelou várias vezes à nossa ajuda.

Aminetu não misturou a força de mudança da população portuguesa com a ignobilidade do Executivo.

Com o apoio de todos, não tenho dúvidas: O Sahara vencerá!

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