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terça-feira, 12 de outubro de 2010

CEC 2012 devia oferecer nova casa à Academia de Música de Guimarães

O deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Soares considera que “a melhor forma de assinalar a Capital Europeia da Cultura era abrir caminho à construção de novas instalações da Academia de Música, talvez integrada, numa casa das artes”.

A sugestão foi deixada no final de uma visita à Academia de Música Valentim Moreira de Sá, uma das mais prestigiadas instituições culturais de Guimarães, onde os cerca de 500 alunos se acotovelam para ter aulas, apesar de todos os esforços da direcção para aproveitar todos os cantos do edifício onde estão instalados, em pleno Centro Histórico.

Por isso, a questão das novas instalações não podia faltar. Armindo Cachada, presidente da direcção, considera que a solução não passa pelo Teatro Jordão, pois “a proposta da Câmara não é a cedência de todo o edifício as apenas das instalações do restaurante”. Um espaço que aquele dirigente considera “interessante para alargar algumas actividades pedagógicas, mas não pode ser uma solução definitiva”.

Solução definitiva passa pela construção de um edifício de raiz. Mas para isso, desabafou, “merecemos outra atenção das tutelas”.

A Câmara de Guimarães, com a cedência do terreno, e a Capital da Cultura, poderiam dar um forte impulso a esse sonho, que mereceu todo o apoio do deputado do Bloco de Esquerda.

Pedro Soares lamentou também os cortes que o Ministério da Educação anunciou já em Agosto e que, no caso da Academia de Música vimaranense, levou a que cerca de 60 alunos tivessem sido impedidos de aceder ao ensino oficial de música, apesar de se terem matriculado e de terem essa expectativa.

A braços com este problema a Academia só pôde abrir vagas para o ensino oficial (gratuito) para cerca de 20 alunos. Os outros estão a frequentar um currículo alternativo, que não é oficial, nem reconhecido, mas que aquela escola criou “para que os alunos, que já estavam matriculados não desistissem da música”.

O deputado do BE ouviu ainda os responsáveis da Academia reclamarem “uma rede dês escolas de música, em articulação com as escolas da rede pública, para as quais fossem definidas vagas e regras de funcionamento que deveriam ser iguais em todos os estabelecimentos do País”.

Pedro Soares lamentou que o número de conservatórios da rede pública fosse tão escasso (6) e que estejam todos localizados no Litoral. “Claro que, com estes cortes no financiamento, são os alunos mais afastados dos grandes centros que, uma vez mais são prejudicados, acrescentou.

O deputado do BE deixou apenas a garantia de que o Grupo Parlamentar estava a estudar a questão do ensino artístico, com vista a melhorar o acesso de todos os alunos, para evitar que este seja, “um ensino de elites”, como referiu um dos dirigentes da Academia.

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